Diário de Bordo - Sérgio

 

25/02/2006

Acordamos para esperar a Lu e a Mônica que iam chegar de São Paulo para passar o Carnaval conosco. Após tomar o café e ter arrumado tudo, fomos tomar um banho de piscina. No caminho encontrei o Alberto, mecânico de motores com o qual eu havia conversado sobre os aquecimentos do motor do Fandango. Como as meninas demorariam para chegar e ele estava parado, aproveitamos para dar uma olhada no problema. Ele desmontou a mufla do motor (peça que junta o escape de água de refrigeração e fumaça do motor e encaminha para uma saída única na popa) e ela estava bem entupida. Depois de um bom tempo desentupindo a dita cuja, ele remontou a peça e a saída de água ficou muitíssimo maior. Problema resolvido de vez. Nisso as meninas já haviam chegado e, após um banho de piscina para refrescar do calor escaldante, fomos até Parati. Passamos numa loja para a Lu comprar outra toca de mergulho (e eu fui presenteado com a toca antiga que era maior, estava novinha em folha e me serviu direitinho) e jantamos na creperia. Depois fomos até a Sabor e Arte para que elas conhecessem os doces de lá (a Mô adorou o brigadeiro) e retornamos ao barco para dormir. A noite foi muito quente e tive que me levantar para beber água e pegar um ventinho do lado de fora.

 

26/02/2006

Levantamos e, após um banho de piscina para refrescar, logo zarpamos. No caminho passamos ao lado do Parati 2 para que elas vissem o barco de perto e fui fazendo café enquanto o Jonas levava o barco até a ilha do Mantimento no motor. Um pouco antes da ilha, viramos para a Ilha do Cedro e começamos a velejar. Foi uma velejada maravilhosa, em orça folgada e través, com o Fandango andando entre 5,5 e 6,5 nós. Logo chegamos na Ilha e caímos na água. Descemos na praia a nado (o Jonas foi com o bote e o remo) e aproveitamos um pouco do lugar. Eu fui com a Lu mergulhar na ponta de pedra e vimos muitos peixes e alguns baiacus de espinho grandes que me deixaram até tocá-los! No começo da noite bateu a fome e fiz um macarrão com atum, muito elogiado (o que não faz a fome!). Dormimos no local e a noite estava muito mais fresca.

 

27/02/2006

Logo que levantei fui direto para a água. Estava deliciosa, quente e com boa visibilidade. Fizemos o café da manhã e depois fomos mergulhar no cantinho direito, onde tem a ponta de pedras. O lugar é muito bonito e elas adoraram. Retornamos ao veleiro, levantamos velas e seguimos para a Ilha Sandri. Foi uma bela velejada, em orça apertada e orça folgada. Chegamos lá e a ilha estava cheia de lanchas. Paramos fora do lugar bom para ancorar e fomos mergulhar. A água estava transparente! Uns dez metros de visibilidade! Fizemos um mergulho muito bonito em água maravilhosa e quente, que as meninas adoraram. O Jonas não quis ir pois estava com frio. Vimos muitas estrelas e muitos peixes. No finalzinho da tarde levantamos âncora e fomos para o lugar onde estavam as lanchas. Só haviam sobrado três e, enquanto parávamos o barco, elas foram embora! Fiz uma picanha que a Lu havia trazido e ela fez um arroz integral que ficou muito bom. Depois sentamos no cockpit e ficamos vendo o lindo litoral e as poucas estrelas no céu nublado. Li um pouco do livro do Amyr Klink “Cem Dias entre Céu e Mar” para as crianças e fomos todos dormir cedo para aproveitar bem o dia seguinte. Como entrou uma ondulação lateral, o barulhinho de água do porão do Fandango acabou atrapalhando o sono de alguns. No meio da noite todos acabaram levantando para tomar um ar e beber água.

 

28/02/2006

Acordamos cedo e fomos todos direto para a água. Estava perfeito! Sem lanchas e do cockpit se via o fundo todo. Comemos umas bolachas rapidamente para ir logo mergulhar. Foi um mergulho maravilhoso! Quase 15 metros de visibilidade e muitos peixes na costa! Ficamos mergulhando mais de uma hora e meia e retornamos para o barco para um café substancial. Fiz alguns sanduíches diferentes (com queijo branco, tomate, banana, etc.) que foram todos aprovados. Nisso já haviam chegado muitas lanchas e jet ski’s. Resolvemos então ir mergulhar na pequena ilha que fecha a enseada da ilha de Sandri. Fomos de bote com o motor, pois o trânsito ali é grande. Entramos nós cinco no bote com todo o equipamento de mergulho e o pequeno e corajoso bote não abriu o bico. Fora algumas ondas que faziam a água entrar nele foi tudo bem. Quem olhava de fora deve ter ficado espantado. Na volta, conseguimos subir todos a bordo e também tirar o equipamento de mergulho para voltar todos de uma vez. Encerrado o mergulho, levantamos âncora e saímos da bela ilha Sandri, para pegar um ótimo vento de orça folgada para voltarmos à Parati. Foi uma velejada maravilhosa. Velocidade entre seis nós e seis nós e meio, numa orça folgada muito gostosa e a Lu se deliciando em velejar o Fandango. Choveu um pouco no caminho, mas em duas horas estávamos em Jurumirim, onde resolvemos pernoitar. Ancoramos e curtimos um mergulho no final do dia, com a água parecendo mais quente ainda. Fiz macarrão com atum para o jantar e curtimos um pouco da bela noite de céu estrelado no cockpit. Li mais dois capítulos do “Cem Dias entre Céu e Mar” para as crianças e fomos dormir.

 

01/03/2006

Acordamos cedo e logo entramos na água. Fizemos o café e o tomamos curtindo o lindo visual da enseada de Jurumirim. Voltamos para a marina, descarregamos as malas e fizemos uma despedida triste e depois eu, o Jonas e a Carol caímos na piscina para esfriar um pouco do calor escaldante. Dei uma arrumada no barco e fomos para Parati para abastecer (não sem antes passar na Sabor e Arte para comer uma torta). Fizemos as compras de supermercado, compramos gelo ao lado da marina e colocamos o barco em ordem. Fomos então fazer diários atrasados e atualizações de site, pois amanhã virão duas grandes amigas nossas, a Nishi e a Renata e queremos estar livres para passear. No final do dia, após o banho, as crianças foram brincar no El Shaday (barco vizinho) com uma amiguinha. Quando fui buscá-las, fui convidado a conhecer o barco e, papo vai, papo vem, descobrimos um monte de amigos em comum. O dono do barco (Sérgio Batalha) e sua esposa conhecem o Gabriel do Tatali, o Ladislau, a Thereza, o Cristiano, e seu Ekart e a Elaine do Hotel da Praia, etc. E assim, conversando sobre barcos, falando as novidades dos amigos velejadores e da Semana de Vela de Ilhabela que o Fandango ganhou e eles estavam tirando fotos do nosso barco, passamos umas horas agradáveis, que se estenderam até a meia-noite. O mundo é muito pequeno! Retornamos ao Fandango e fomos dormir em uma poita, para não bater muito e ficarmos com o barco mais fresco.

 

02/03/2006

Acordei meio gripado. Após o café da manhã e obrigações, levamos o barco para o píer. Fomos tomar um banho de piscina (o calor está muito grande e os dias maravilhosos) e seguimos para Parati. Fui direto para uma lan-house e fique quase duas horas trabalhando. Fomos comer um brigadeiro no “Sabor e Arte” e telefonar de orelhão para Sampa (o celular é caro demais quando se quer falar um pouco mais). Nisso me telefona a Nishi informando que ela e a Renata já estavam na marina. Seguimos para lá rapidamente pois estávamos com muitas saudades delas. Encontramo-las tomando banho de sol na beira do mar (que mordomia!). Batemos um papão, botamos as novidades em dia e mudamos o Fandango de vaga. Além disso ganhamos um presente muito legal delas e do Luís e Mariana (que não puderam vir por causa da gravidez da Mariana): bonés com o nosso logotipo “Três no Mundo”. O Aldo (dono da marina) veio a bordo conhecer o barco e batemos um papo rápido sobre a viagem. Após nosso banho, seguimos para passear em Parati. A Renata não conhecia e gostou muito. Comemos crepes e fomos passear por algumas ruas que ainda não havíamos passado à noite. Resultado: vários lugares (lojas, restaurantes e barzinhos) muito bonitos descobertos. Após uma boa caminhada por grande parte do centro histórico, tomamos sorvetes e voltamos para a marina com as pernas doendo e o merecido sono.

 

03/03/2006

A ordem era acordar cedo para aproveitar bem o dia. Foi o que fizemos. Logo tomamos café na marina com a Rê e Nishi e seguimos para que elas conhecessem Jurumirim. Nadamos até a praia e ficamos curtindo o lugar e conversando. Pouco depois algumas pessoas que estavam na praia vieram falar conosco. Eram Ricardo e Fernanda do “Zatara” e pessoal do “Mr. Jazz”. Por coincidência, Ricardo e Fernanda aprenderam a velejar no Fandango em 2003 com nosso amigo Denir. Gostaram e agora são os felizes velejados proprietários de um belíssimo Delta 36. Conversamos bastante sobre nossa viagem, com todas as perguntas de praxe: escola, roteiro, locais que mais gostamos, idade das crianças, etc. Depois fomos passear mais um pouco e resolvemos ir na outra prainha, ao lado da praia do Engenho, onde o Ricardo disse haver uma roda d’água enorme. O local é bonito e fizemos algumas fotos. Retornamos ao barco e lanchamos. Como o desejo era mergulhar, resolvi tentar um novo lugar e seguimos para a Ilha Comprida. O lugar é muito bonito para mergulhar e vimos muitos peixes. A Renata se atrapalhou um pouco com o snorkel, mas gostou muito de ver os peixes. Voltamos para a marina velejando numa deliciosa velejada e caímos na piscina. Conheci o Cristian e esposa do lindo veleiro “Simbora” e contei de nossa viagem. Após brincar muito com a Déborah do “El Shaday”, tomamos banho e seguimos para Parati. Lá encontramos a Priscila e o Renato, que também vieram nos visitar e com os quais não conseguíamos falar pelo celular. Eu, o Jô e a Carol fomos convidados pelas meninas (Nishi e Rê) para comer uma peixada, que estava excelente. Comemos tortas no “Sabor e Arte” (com um certo “sacrifício”, pois havíamos comido demais!). Retornamos cansados e a Carol foi dormir com a Nishi e a Rê, para matar saudades do “Clube da Luluzinha”.

 

04/03/2006

Acordamos cedo e logo fomos tomar nosso café na marina com a Rê, Nishi, Priscila e Renato. Fui comprar gelo com o Jonas e o Renato para termos bebida gelada a bordo e logo zarpamos. Primeiro demos uma passadinha em Jurumirim e vimos o Parati 2 amarrado em pedras e encostado em um paredão. Vimos, fotografamos e, quando estávamos saindo vimos o antigo SeaMaster de Peter Blake chegando na enseada de Jurimirim, agora com o nome de Tara (encontro raro este!). É maravilhoso ver ao vivo e de perto esses dois barcos fantásticos e históricos um ao lado do outro. Seguimos para a ilha da Cotia e no meio do caminho desligamos o motor e caímos na água, que estava transparente. Como o dia estava muito quente e ensolarado, foi uma excelente refrescada. Chegamos na ilha da Cotia e descemos na praia. Cruzamos a ilha e fomos até a prainha do outro lado, onde ficamos uma boa hora e meia mergulhando e brincando dentro da água. O Jonas fez 4 ou 5 barquinhos com velas feitas de folhas e os soltou ao vento. Retornamos ao barco, levantamos âncora e resolvemos voltar para Jurumirim para comer um peixe no excelente restaurante do lugar. Fomos velejando, com o vento entrando pela alheta e pela popa, numa gostosa velejada até a enseada. Nadamos até a praia e fomos logo ao restaurante. Lá matamos nossa fome (que estava grande) com deliciosas postas de cavala, arroz, feijão batata frita e aipim e fizemos uma pequena caminhada pela praia para esperar a barriga esvaziar um pouco. A água estava muito quente, então tomamos um gostoso banho e voltamos nadando tranqüilamente para o barco. Logo levantamos âncora, pois em breve iria escurecer. Após ter que cortar muitas ondas de vários lancheiros que entravam a toda pela enseada de Parati, irresponsáveis e sem respeito pelos outros que navegam e estão parados nas suas marinas, chegamos na marina já quase sem luz do dia. Com a tripulação afiadíssima, logo colocamos o barco na vaga e descemos para um bom banho doce. Após um gostoso banho (o meu foi gelado por causa do calor), fomos até Parati onde comemos doces e sorvetes e compramos barquinhos de presente para enviar para o Enzo (filho do Luís e da Mariana, que deve nascer em maio). As crianças brincaram dizendo que era para fazer a mesma lavagem cerebral que fizemos com eles quando pequenos. Será que é brincadeira mesmo (rsrsrs)?!! A Carol ficou passeando com o pessoal por Parati mais um pouco e eu voltei para a marina para levar o Jonas, que estava com sono e para falar por Skype com a Lu. Após matar as saudades, uma má notícia: outra paulada de conta de telefone (resquícios das contas do mês passado). Uma dica para qualquer navegador: celular não serve para matar saudades e, quando você recebe a ligação em outra área que não a sua, é tão ou mais caro do que fazer a ligação. Só agora começo a entender as tarifas (não há um folheto de explicação destas e o site da operadora tem muitas informações de duplo entendimento) a partir da análise da conta de telefone. Se a próxima conta não vier muitíssimo reduzida, tenho impressão que posso cometer o pecado (contra o meio ambiente marinho) de, num acesso de fúria, enviar celular, carregador, manuais e afins para os peixinhos usarem!!! 

 

05/03/2006

Levantamos e fomos tomar café na marina com o pessoal. Após o café, hora das primeiras despedidas: a Rê e a Nishi precisavam viajar de manhã para Sampa. Depois de terem deixado lindas mensagens em nosso livro de visitas, fizemos as despedidas e o planejamento para reencontro em Arraial do Cabo. Muitos beijos, algumas fotos e elas foram embora. Quando estávamos quase saindo, foi a vez de nos despedirmos do Sérgio Batalha e esposa e também da encantadora Déborah, pois eles não voltarão nos dois próximos finais de semana. A Déborah ainda presenteou as “crianças” (eu, inclusive), com um frisbie dela, com o qual brincamos na piscina outro dia. Deixamos e-mail e telefone para não perdermos contato dessa linda família. Embarcamos no Fandango, manobramos para sair e fomos dando adeus para eles. Decidimos a bordo conhecer a ilha do Araújo e para lá nos dirigimos. Fomos velejando, com um ventinho fraco. Paramos no meio do caminho para um refrescante banho de mar (estava muito quente) e pouco tempo depois chegamos na ilha. Paramos no lado abrigado dela, entre a ilha e o continente, na praia da Tapera. A água estava turva, mas o lugar parecia ser bonito. Conversamos com o sr. Walter, morador do lugar e que nos contou coisas da ilha e da família. Também falou de cobras e aranhas do lugar, o que deixou as crianças com um pouco de medo. Mesmo assim, encaramos uma pequena trilha para conhecer um pouco do lugar e descemos até uma pequena praia. Lá, um grande e simpático cão veio ter conosco e ficamos brincando com ele um bom tempo. Retornamos ao barco e enquanto tomávamos um lanche começou a chover. A chuva foi rápida, mas ficamos dentro da cabine conversando e contando estórias. Saímos então em direção à ilha Rasa e, no meio do caminho encontramos golfinhos. Após algum tempo vendo os lindos animais, voltamos ao nosso rumo e comentamos como a Nishi e a Rê teriam gostado de vê-los se pudessem ter ficado! Chegamos na ilha Rasa na hora certa, pois começou a ventar muito forte com a aproximação de uma chuvarada. Descemos na ilha, passeamos um pouco e comemos uma porção de aipim conversando com o Américo, dono do lugar. Retornamos à marina já escuro e fizemos a manobra de entrada na vaga do píer. Tivemos um problema com um cabo entrando por onde não devia, mas saímos de novo e entramos corretamente fora do cabo. O Jonas se saiu muito bem na manobra complicada! Tomamos um banho, lemos a bela mensagem da Pri e do Renato em nosso livro de visitas e nos despedimos dele. Acabamos a noite com um jantar em Parati, uma torta de sobremesa e um pouco do “Cem Dias entre Céu e Mar”.

 

06/03/2006

Depois das visitas irem embora, é dia de colocar ordem “na casa”. Mas não sem antes dormimos até as 11 da manhã, para nos recuperar da “festa”. Atualizamos diários, arrumei o barco, fiz serviço de banco em Parati e compramos um snorkel novo para a Carol (que “comeu” o antigo dela, e não achamos o bocal igual para trocar). Tentei enviar e-mail’s numa lan-house, mas não consegui. Fizemos o almoço no barco, arroz com carne seca e salada, que foi aprovado e o Jonas “detonou” o arroz! Dormimos cedo, não sem antes ler mais um capítulo do livro do Amyr Klink.

 

07/03/2006

Acordamos um pouco tarde e fomos fazer as obrigações do dia: diários, café, etc. Tentei dar um pulo em Parati em seguida para enviar e-mail’s e sacar dinheiro. Nem uma coisa, nem outra. O caixa 24 hs está com problemas desde a semana passada e ninguém arruma (aí o problema sobra para quem está viajando e precisa do dinheiro). Como iríamos visitar os amigos Dimitri, Sirleine, Thaís e Carol em Itamambuca, resolvi esticar um pouquinho mais e passar em Ubatuba para fazer essas coisas que não conseguia em Parati. Chegando lá, o primeiro problema foi logo resolvido na agência do Banespa. O segundo, bem, o segundo deu algum trabalho. Como era terça-feira (dia de folga em algumas cidades de litoral), várias lan-house’s estavam fechadas. Fui em outra que teve a cara de pau de dizer que “para conectar o notebook custava R$ 10,00 a hora”. Saí dali na hora e deixei bem claro que não era idiota (já fui em várias lan’s e foi o primeiro lugar que vi essa atitude). Logo depois encontrei outra que custou os mesmos R$ 3,00 por hora de todos os lugares, tinha conexão excelente e consegui fazer tudo. Fomos então para Itamambuca rever os amigos e escutar pessoalmente as histórias da maravilhosa viagem até Trindade de veleiro que o Dimitri fez há pouco tempo. Essa regata não é brincadeira: foram 7 dias para chegar lá e 6 para voltar. Ele correu a regata no veleiro Kanaloa, um 50 pés de aço do comandante Torres e levou câmera e filmadora digital. Eles conseguiram chegar a tempo de descer na ilha e visitaram-na colhendo imagens (e recordações) maravilhosas. Quando voltou, ele mesmo fez a edição do filme, que ficou num excelente nível e ao mesmo tempo engraçado, bonito e emocionante. As fotos ficaram maravilhosas (tanto que ganharam 4 prêmios da organização da regata). Ainda aproveitamos para ver as fotos que eles fizeram para as Ilhas Virgens Britânicas, também maravilhosas. Quando estávamos vendo as fotos, chegou o Flávio do Conquest (outro amigo muito querido). No meio de muito papo de vela, viver a bordo, regatas e viagens, fomos chamados à realidade pela Sirleine, para que jantássemos (se ela deixasse, éramos capazes de esquecer de comer). Comemos pratos de peixe maravilhosos do ótimo restaurante do resort deles e voltamos ao papo de vela (entremeado com alguns de política que não estavam dando muito certo – rsrsrs). O Dimitri me mostrou dois softwares muito legais: um que mostra o nome das principais estrelas do céu, mostrando-o para cada momento e local onde você se encontra. Outro que informa as alturas de marés de cada local (que irei usar muito na viagem). Após mais de seis horas de papo muito agradável (pareceram 5 minutos!) e resistindo à tentação do convite para pernoitar na pousada e deixar o Fandango sozinho (coitado!), nos despedimos e retornamos para Parati, sonolentos, mas alegres. Ah, as crianças durante o tempo todo ficaram brincando e conversando com a Thaís e a Carol e vendo os filmes e nos deixaram curtir sossegados a boa conversa. O engraçado quando eu voltava para o barco dirigindo foi perceber que eu me sentia mais seguro navegando no Fandango do que dirigindo naquela estrada à noite (e com certeza isso é realidade). Fui dormir sonhando com outros mares e outras viagens, mas isso é coisa para o futuro.

 

08/03/2006

Não conseguimos acordar muito cedo em virtude da “noitada” anterior. Logo após o café, pegamos o carro e fomos visitar a fazenda Murycana. O lugar é muito lindo. Visitamos capela, museu, alambique, etc. Fui explicando para as crianças como eram as coisas antigamente e eles viram vários instrumentos que se usava antes de haver energia elétrica no local (quase todos com manivelas para acionamento manual). Eles viram espadas, utensílios de cozinha, enfeites, etc., todos com muita idade. Tomamos um ótimo banho em duchas e uma piscina natural. Fomos então experimentar licores e também experimentei um pouco de pinga, que me deixou meio alegre. Estou fraco: fico alegre até com uma cerveja! Quando estávamos no restaurante da fazenda, uma pessoa veio falar conosco perguntado “se nós éramos a família que estava viajando de barco”. Moisés é de Ilhabela, marido da Jô da cantina do colégio São João, e já tinha lido as reportagens sobre nós. Aproveitamos e mandamos abraços para todos do colégio e um beijo para a Jô por ele. Que coincidência (e mais uma com pessoas de Ilhabela), em plena terça-feira e num lugar isolado como a fazenda Murycana!!! Como estávamos com fome, pedimos uma porção de batatas fritas e uma de torresminho. Então bateu o sono!!! Resolvi me mexer e logo saímos para o Forte Defensor Perpétuo para conhecê-lo. Deixamos o carro na rua e andamos uma trilha de 200 metros até o forte. Vimos os antigos muros de pedra, alguns canhões e algumas exposições de ferramentas e máquinas antigas de artesanato caiçara. O todo foi interessante, mas o forte deixou um pouco a desejar. Fomos então comer um doce e fui na lan-house, onde puxei os programas que o Dimitri mandou e fotos que a Nishi enviou. Compramos algumas coisas no mercado e retornamos ao barco. Ele estava na poita, pois o pessoal da marina estava fazendo algumas manutenções no flutuante. Como haviam acabado, levamos o barco para o píer e carregamos o barco. Fomos todos fazer nossos deveres: diários e estudo. Fiz o jantar (estou me especializando em risoto de carne seca!) que ficou ótimo e fomos dormir cedo.

 

09/03/2006

Hoje é dia de passeio! Acordamos, fizemos nossas coisas, fui comprar gelo e ficamos aguardando a Berê chegar. Nós a convidamos para um passeio de veleiro e, assim que ela chegou, tomamos uma ducha para refrescar de saímos. Levantamos vela e fomos velejando ao nosso primeiro destino: a Ilha do Sapê (nome da ilha na carta náutica, mas apelidada com muito carinho como “Ilha da Sapeca”). A ilha pertence à mãe da Berê e ela já foi dona do barzinho da ilha. O lugar é belíssimo! A ilha, apesar de pequena é muito aconchegante e a Berê nos levou em todos os cantinhos possíveis da ilha. Ela contou histórias do lugar e ficamos curtindo o lindo visual. Após aproveitar umas duas horas de bom papo e muita beleza natural, retornamos ao barco para ir até a praia do Engenho, em Jurumirim. Foi outra velejada muito gostosa e, lá chegando, descemos na praia e fomos até o restaurante comer as postas de cavala grelhadas do local. Ficamos conversando e apreciando o belo lugar até percebermos que já estamos atrasados (a Berê tinha um compromisso às 5 horas e eram mais de 4 e meia). Pagamos, levantamos âncora e voltamos no motor para ir mais rápido. Chegamos na marina e fomos tomar outra ducha para refrescar pois, apesar do horário, ainda estava muito quente. Demos tchau para a Berê e fomos ao barco para arrumá-lo e para o estudo das crianças. Quando anoiteceu fomos até Parati e encontramos novamente a Berê com alguns amigos. Batemos um papo, com todos perguntando da viagem, enquanto o Jonas resolvia uns “quebra-cabeças” de madeira. Papo vai, papo vem, descobrimos que uma moça que estava conosco, a Zulmira, é velha amiga do Ladislau e da Thereza! Êta mundinho pequeno! Fui conversar com a Lu por Skype na lan-house e retornamos para o barco, onde, apesar de cansados, ainda tomamos uma sopa lendo “Cem Dias entre Céu e Mar”.